Paisagens Geológicas: paisagens magmáticas

Caos de Blocos

O caos de blocos é uma paisagem característica de granito. São exemplos: Serra da Estrela, Serra de Sintra, Gerês...

O granito, ao arrefecer e por alivio de pressão, fractura-se em paralelepípedos. Uma vez à superfície, a erosão começa a actuar com mais facilidade. A água da chuva infiltra-se nas falhas e começa a desgastar a rocha, formando diáclases. Os paralelpípedos começam a alterar-se pelas arestas e vértices e, ao longo de milhões de anos, os cubos transformam-se em esferas. 

 

Disjunção Prismática ou Orgãos Basálticos

A formação de colunas é devido ao arrefecimento da rocha que provoca a sua contracção, formando-se assim fracturas que delimitam prismas aproximadamente hexagonais. Esta forma geométrica é a que corresponde ao melhor arranjo espacial e a que apresenta a melhor relação perímetro/área em termos de ocupação do espaço.

 Estes prismas hexagonais formam-se no basalto, nas chaminés dos vulcões.

(Pico Ana Ferreira, Porto Santo)

Ilha Vulcânica

As ilhas vulcânicas são relevos que resultam da acumulação das pillow-lavas das várias erupções na parte submersa e do material dos quatros tipos de vulcanismo (peleano, estromboliano, havaiano e vulcaniano), quando o vulcão passa a ser aéreo. 

Caldeira Vulcânica

A caldeira forma-se devido ao abate da cratera vulcânica, que quando chove, forma uma piscina natural. Quando um vulcão deixa de entrar em erupção e a sua cratera colapsa, com a sucessão de várias estações de chuva, a cratera enche de água e forma a caldeira. 

Paisagens Geológicas

Paisagens magmáticas:

• Caos de blocos (granito)
• Ilhas vulcânicas, caldeira
• Disjunção prismática (basalto)

Paisagens sedimentares:

• Dunas (deserto, litoral)
• Grutas
• Chaminés de fada

As Rochas

Rochas metamórficas 

As rochas metamórficas formam-se a partir de outras rochas, sem que haja alteração do estado físico. O metamorfismo pode ser regional, de contacto ou de impacto.

Metamorfismo regional

Se a erosão continuar e novos materiais forem depositados na Bacia de sedimentação, esta vai abater e afundar com o peso dos novos materiais. Atingir-se-á assim temperatura e pressão médias, o que leva à formação de uma rocha metamórfica. 

Metamorfismo de contacto

No metamorfismo de contacto, o magma entra em contacto com as rochas que estão à sua volta e formata-as, sem lhes alterar o estado físico. A câmara magmática forma aureolas de metamorfismo quando em contacto com as rochas.

São chamadas Corneanas às rochas que sofrem este cozimento sem alteração do estado físico.

Metamorfismo de impacto

Quando um meteorito embate na face da Terra, forma-se uma cratera de impacto e a rocha fica fossilizada. Este tipo de metamorfismo resulta de temperaturas e pressões muito altas. O meteorito, ao embater, solta pequenos pedaços tanto como de ele próprio, como da superfície onde caiu. A estes pequenos fragmentos dá-se o nome de impactitos. 

As Rochas

Rochas sedimentares 

 Podem ser:

• Detríticas: é formada por fragmentos (sedimentos);
• Quimiogénicas: formadas a partir dos elementos químicos que precipitam;
• Organogénicas ou biogénicas: têm seres vivos na sua composição;

São formadas à superfície, feitas de sedimentos formados pela erosão. São as rochas mais abundantes. 

 

A rocha sedimentar tem de sofrer três processos: -erosão

                                                                               -transporte

                                                                               -sedimentação

Erosão: É o conjunto de processos físicos e químicos que levam ao desgaste e alteração de uma rocha pré-existente, através dos agentes erosivos (chuva, gelo, vento, temperatura, acção dos seres vivos). 

Transporte: Fase em que os detritos deixados pela erosão são transportados até à bacia de sedimentação pelo meio dos agentes de transporte (acção da gravidade, ventos, águas da chuva).

Sedimentação: Processo de formação de rochas sedimentares resultantes da erosão de uma rocha e transporte dos restos. Dá-se, geralmente, em grandes depressões existentes nos fundos dos mares (bacia de sedimentação). 

As rochas sedimentares detríticas podem ainda ser móveis ou coerentes/coesas. 

• móveis: (areia) sofrem erosão, transporte e sedimentação;
• coerentes ou coesas (os grãos estão colados com cimento natural): sofrem erosão, transporte, sedimentação, compactação e cimentação;

Compactação: Se a erosão continuar a actuar, irá continuar a existir transporte para a Bacia, os sedimentos começam a compactar e haverá cada vez menos espaço e água entre eles. 

Cimentação: Os sedimentos ficam mais apertados e a água que os envolve sobe para as camadas superiores, restando alguma entre os grãos . Esta precipita, formando um cimento natural que irá ligar os sedimentos uns aos outros.

Bacia de sedimentação: Grande depressão que se localiza nos fundos oceânicos. É o local onde se formam as rochas sedimentares. 

As Rochas

As rochas podem ser magmáticas, sedimentares ou metamórficas.

Rochas magmáticas

Podem ser:

• vulcânicas - formadas a baixas pressões e altas temperaturas;
• plutónicas (eruptivas ou ígneas) - formadas a altas pressões e temperaturas;

Processo de formação: solidificação do magma à superfície ou em profundidade.

Propriedades das rochas magmáticas:

• Minerais acessórios: são os minerais que podem ou não estar presentes na rocha;
• Minerais essenciais: são os minerais que constituem a rocha;

 Exemplo: Granito - Minerais essenciais: quartzo, feldespato;

                               - Minerais acessório: mica preta, mica branca, berilo... 

 Tipos de textura: 

• Holocristalino: tudo está cristalizado (rochas plutónicas);
• Hemicristalino: parte está cristalizado (rochas vulcânicas);
• Vítreo: nada está cristalizado (rochas vulcânicas);

 

Tipos de tonalidade:

• Leucocrata: a maioria dos minerais são de tom claro;
• Mesocrata: igual quantidade de minerais de tom claro e de tom escuro;
• Melanocrata: a maioria dos minerais são de tom escuro;

Os Minerais

Rocha: associação natural de um ou mais minerais.

Mineral: associação natural de elementos químicos dispostos numa rede cristalina tridimensional bem definida.

Propriedades dos Minerais:

Cor: É a cor que o mineral apresenta à vista desarmada. Pode não corresponder à verdadeira cor do mineral.

Risca: É a verdadeira cor do mineral, corresponde à cor do mineral reduzido a pó. Na prática, utiliza-se a porcelana para descobrir a risca de um mineral. A cor que o mineral deixar na porcelana é a sua verdadeira cor. 

Brilho: Pode ser: baço (sem brilho); vítreo; nacarado; sedoso; gorduroso; metálico e adamantino.

Clivagem: É a propriedade que alguns minerais têm de se poderem separar (partir) por superfícies planas.

Dureza: Existem duas formas de medir a dureza dos minerais:

• Escala prática da dureza:

Unha- 2 a 2,5; Aço- 5;  Vidro- 5,5; Quartzo- 7

• Escala de Mohs:

Talco (1), gesso (2), calcite (3), fluorite (4), apatite (5), ortocláse (6), quartzo (7), topázio (8), corindo (9), diamante (10) 

Diafaniedade: É a propriedade que alguns minerais apresentam de se deixarem, ou não, atravessar pela luz. Podem ser: 

• Opacos: não deixam passar a luz;
• Translúcidos: deixam passar alguma luz;
• Transparentes: deixam passar toda a luz;

Densidade: É uma relação entre peso e volume. Na prática, pega-se num mineral de densidade conhecida que seja mais ou menos do mesmo tamanho que o mineral que pretendemos determinar e sentimos qual é o mais pesado.

O Tempo Geológico

Na tabela do Tempo Geológico existe a seguinte hierarquia: Éon, Eras, Períodos, Épocas e Andares. 

Os Éons são constituídos por Eras, estes por Períodos e assim sucessivamente até aos Andares. 

Tabela do Tempo Geológico:

(clicar na imagem para aumentar)

A História da Terra

A terra tem quatro mil e seiscentos milhões de anos. No inicio, a Terra nasceu do Sol. Já estando formada, a Terra começou a criar uma crosta muito fininha. Devido ao núcleo, de baixo da crosta haviam fortes correntes de convecção que formaram vulcões. Ao se terem formado muitos vulcões, a massa deixada por eles fez com que a crosta ficasse mais grossa. Mais tarde, formou-se uma atmosfera que continha enxofre, vapor de água e carbono. Ao formar-se um efeito de estufa, a atmosfera arrefeceu muito e choveu torrencialmente durante milhões de anos.

A Terra formou-se há cerca de 4600 milhões de anos. Inicialmente, ela estava em ebulição. 

Durante os primeiros milhões de anos, a Terra esteve a arrefecer, dando origem a uma crosta fina. 

Seguiu-se um período de vulcanismo intenso. Os gases libertados deram origem a uma atmosfera primitiva.

O vapor de água existente na atmosfera primitiva condensou e choveu durante milhões de anos, originado assim as primeiras poças. Estas poças estavam enriquecidas em elementos químicos (caldo primitivo).

O carbono, azoto, hidrogénio e oxigénio vieram dar origem às primeiras proteínas que se agruparam, criando assim os primeiros coacervados.




Com as descargas eléctricas provenientes das tempestades e chuvas intensas, aparentemente os coacervados vieram originar os primeiros seres vivos semelhantes às cianobactérias actuais. Estes seres faziam a fotossíntese, libertavam oxigénio para a atmosfera. Foi assim que a atmosfera actual ficou enriquecida em oxigénio. 

Com as consecutivas tempestades, as poças vieram originar o super-oceano: Pantalassa.

Fósseis característicos

Fósseis de fácies: indicam-nos o tipo de ambiente onde foram formados os fósseis (ambiente marinho, terrestre e lacustre...)

Fósseis de idade: fósseis que indicam a idade dos sedimentos em que foram formados.