sexta-feira, 6 de março de 2015

Reflexão: final de 2º Período

Penso que este período foi muito complicado e trabalhoso, não só em Biologia, mas também nas outras disciplinas. No entanto, gostei das matérias tanto como de Biologia e de Geologia.

Reflexão: Unidade 1

Penso que a primeira unidade de Geologia é fácil e engraçada, sendo que tem aspetos muito interessantes sobre ordenamento do território. Até agora, estou a adorar a Geologia.

Reflexão: Teste intermédio

Após realizar o teste intermédio de Biologia e Geologia de 11º ano, concluo que me encontrava demasiado ansiosa e nervosa, pelo que a nota não foi o esperado.
O teste em si era bastante acessível, tendo apenas 1 ou 2 perguntas de desenvolvimento que eram mais complicadas.

Unidade 1: Zonas costeiras

As zonas costeiras são talhadas pela ação do mar no litoral. A subida e descida das águas das marés são responsáveis pela ação destrutiva do litoral - abrasão marinha.


  • Regressão: períodos glaciares, o que faz com que o nível das águas do mar desça. Nas regressões depositam-se os calhaus grandes em cima, e são inversas pois têm uma sequência positiva;
  • Transgressão: períodos de derretimento das grandes massas de gelo, fazendo com que o nível de água do mar suba. Nas transgressões depositam-se na base os calhaus grandes, e são normais, tendo uma sequência negativa. 

Praias Portuguesas
A maioria das praias portuguesas é constituída por:
  • Falésias ou arribas;
  • Plataformas de abrasão marinha;
  • Ocorre sedimentação das areias, junto ao mar;

Erosão costeira
O Homem tem grande responsabilidade no agravamento deste fenómeno, eis algumas causas:
  • libertação de CO2 da queima dos combustíveis fósseis;
  • desflorestação que reduz a quantidade de oxigénio versus CO2 na atmosfera;
  • os incêndios emitem grande quantidade de gases libertados na atmosfera e provocam um aumento da temperatura do planeta (efeito de estufa), o que origina o degelo das calotes polares e a fusão do gelo tem consequências no litoral; 
  • a ocupação da zona litoral com construções e estruturas de lazer que interferem o equilíbrio natural da distribuição de sedimentos ao litoral;
  • as barragens que aprisionam uma série de sedimentos nas suas albufeiras, sedimentos esses que deveriam ser depois encaminhados para as várias praias e que diminuíram o efeito da erosão no litoral;
  • a destruição das dunas da praia quer pelo piso contínuo quer pela destruição das espécies vegetais que "consolidam" barreiras naturais que evitam a aceleração da erosão no litoral;
  • a construção desenfreada junto à costa, cerca de 3/4 da população portuguesa vive junto ao litoral;
  • a exploração de matérias primas para a construção;

Construções humanas contra a erosão costeira:
  • Esporões - servem para reter areias e evitar erosão costeira;
  • Molhes - servem para proteger portos de abrigo, para manter a barra navegável;
  • Enrocamentos - estruturas em pedra sobre pedra que protegem as praias longitudinalmente;


Geologia: Unidade 1: Bacias hidrográficas

Uma bacia hidrográfica é a área de território drenada por uma rede hidrográfica. Por sua vez, uma rede hidrográfica é um conjunto hierárquico de todos os cursos de água que se ligam a um rio principal.

Benefícios de viver junto a rios:

  • Permite muitas vias de comunicação;
  • Fornecem muita água para uso doméstico, comercial e industrial;
  • É fonte de alimento, quer ao nível de peixe, quer a outros níveis.

Um rio tem três leitos:
  1. Leito normal ou ordinário: espaço normal ocupado pelas águas do rio;
  2. Leito de cheia ou de inundação: leito do rio em época de cheias, o rio ocupa uma área superior ao normal;
  3. Leito de seca ou de estiagem: zona mais profunda do canal fluvial, ocupada por menor quantidade de água (geralmente no verão);
Os materiais no leito do rio são transportados por suspensão, rolamento, arrastamento e saltação. 

O rio desempenha um triplo papel geológico:
  • Meteorização e erosão;
  • Transporte (os materiais são transportados de montante para jusante);
  • Sedimentação dos materiais rochosos;
 A água desloca os sedimentos originados pela erosão, que são transportados pela ação da gravidade e movimento das águas, das zonas mais altas para as mais baixas. A ação de transporte, a velocidade das águas, vais diminuindo à medida que se caminha para jusante, assim, os materiais mais pesados e de maiores dimensões vão ficando para montante e os de menores dimensões e mais leves para a foz.

Com a evolução do rio, este tende a ter um perfil longitudinal que tende para a regularização, diminuindo o declive e alargando as margens. Ou seja, um rio jovem é mais inclinado e tem curvas mais acentuadas que um rio velho. 


As planícies de inundação, planícies que resultam da acumulação dos sedimentos trazidos pelo curso do rio, correspondem a zonas que ficam inundadas em época de cheias e época em que há grande deposição de sedimentos, chamados de aluviões. Para além de haver formação de aluviões, há também formação de mochões, que são ilhas férteis constituídas por depósitos de areia com materiais orgânicos. 

O comportamento do rio depende do seu regime hidrográfico, que por sua vez depende de:
  • Bacia hidrográfica;
  • Tipos de rochas e relevo;
  • Clima;
  • Cobertura vegetal;
  • Ocupação humana;
Uma cheia é o aumento do caudal dos cursos dos rios, com elevação e extravasamento do leito normal.
As cheias podem ser causadas por fatores climáticos, em épocas de chuva em que a precipitação é muito intensa. Se a bacia for pequena, pode ocorrer uma cheia rápida, que é muito perigosa pois apanha a população desprevenida. Dá-se uma cheia progressiva quando a bacia é grande e as chuvas forem prolongadas.
As cheias podem também ser causadas por elevação do nível do mar, desmoronamento das margens dos rios e bloqueio de troços do rio por materiais por ele transportados.

Para prevenir cheias, o Homem pode construir infra-estruturas como barragens, diques e canais de derivação. 

Geologia: Introdução

A interação Terra-Homem tem tido uma série de problemas devido à exploração e modificação, pela espécie humana, dos subsistemas terrestres. É importante que qualquer cidadão tenha conhecimento geológico, pois hoje em dia ele é necessário para a construção de infra-estruturas e acessibilidades necessárias à vida.

quarta-feira, 4 de março de 2015

Reflexão: final da unidade 8 e da Biologia

Após terminada a unidade 8, concluo que foi uma unidade bastante acessível e fácil de compreender. Trata assuntos interessantes, como a organização dos seres vivos e a nomenclatura dos mesmos.
Este é o final da Biologia. Sinto-me algo aliviada por estudar Geologia daqui para a frente, uma vez que a Biologia consegue ser bastante pesada e cansativa por vezes. No entanto, gostei bastante da Biologia e espero vir a aprofundar futuramente alguns dos assuntos tratados.

Reinos da Vida

Desde Aristóteles e Teofrasto que havia 2 reinos:
  1. Plantae: incluia todos os seres vivos fotossintéticos, sem locomoção e sem ingestão;
  2. Animalia: todos os seres vivos com locomoção e ingestão, incluindo pluri e unicelulares.
Com o avanço da ciência, o biólogo Ernest Haeckel propõe o reino Protista, que incluia todos os seres vivos simples: bactérias, fungos e protozoários.

Herbert Copeland introduziu o quarto reino, o Monera - seres procariontes e os restantes eucariontes.

Em 1969, H. Whitaker apareceu com uma nova classificação com 5 reinos, em que os fungos passam a constiuir um reino à parte. O reino Protista passou a incluir fungos, algas unicelulares e pluricelulares.
A divisão dos reinos de Whitaker é traduzida na seguinte figura:


Tipo de célula e organelos:
  • Unicelulares - monera e protista
  • Pluricelulares - protista, fungi, plantae e animalia
Tipo de organização celular:
  • Procariontes - monera
  • Eucariontes  - restantes reinos
 Modo de nutrição:
  • Autotrófico: monera, plantae, protista
  • Heterotróficos por ingestão: protista e animalia
  • Heterotróficos por absorção: monera, protista e fungi
Interações no ecossitema:
  • Protista: produtor, macroconsumidor e microconsumidor
  • Monera: produtor e microconsumidor
  • Animalia: macroconsumidor
  • Fungi: microconsumidor

Classificação mais atual
Carl Woese criou 3 grupos superiores ao reino, os domínios, e 6 reinos. Este sistema foi baseado em critérios moleculares, essencialmente sequências de nucleótidos de RNA ribossómico. A divisão de Woese fez-se de acordo com a seguinte figura:

 

Taxonomia e nomenclatura

A taxonomia é o ramo da biologia que trata da classificação dos seres vivos e da nomenclatura dos grupos formados pela classificação. O objetivos da sistemática é conhecer as relações de parentesco e a história evolutiva dos seres vivos. As categorias do sistema de Lineu eram as classes, ordens, género e espécies. Os reinos dividiam-seem táxons cada vez menores e menos abrangentes.

A unidade básica da classificação é a espécie e é um conjunto de indivíduos que partilham o mesmo fundo genético que lhes permite cruzarem-se entre si e originar descendência fértil. As espécies não se cruzam com outras espécies.
O Género é para agrupar um conjunto de espécies que partilham um conjunto muito alargado de caracteristicas morfológicas e funcionais.

Regras básicas da nomenclatura:
Há uma necessidade de criar uma nomenclatura univeral. Lineu criou uma nomenclatura polinomial, em que o nome era, ao mesmo tempo, a identificação e a descrição do ser. Lineu criou também a nomenclatura binomial, onde o primeiro nome era o nome do género e o segundo nome era o descritor específico, normalmente um adjetivo que qualifica o ser.
Exemplo:
Homo sapiens - espécie

Homo - género
sapiens - descritor específico

O primeiro nome deve ter a sua inicial maiuscula e o segundo nome deve ter a inicial minuscula.
As subespécies têm um nome composto por 3 nomes: 1) nome genérico; 2) descritor específico e 3) descritor sub-específico. Os nomes científicos devem sempre ser escritos em itálico ou, quando manuscritos, devem ser sempre sublinhados.
Quando usado em conjunção com o nome popular da espécie, o nome científico normalmene aparece imediatamente a seguir no texto, incluido entre parentesis. Na sua 1ª ocorrência no texto, o nome científico deve ser usado por extenso.

Unidade 8: Sistemas de classificação

Os sistemas práticos são criados para satisfazer as necessidades básicas. A taxonomia é o ramo da sistemática que se dedica ao desenvolvimento dos sistemas de classificação. Por sua vez, a sistemática é a ciência que estuda os seres vivos e as suas relações evolutivas, desenvolvendo classificações.

A primeira classificação foi feita por Aristóteles, que dividia os seres em:
  1. Reino dos seres imóveis, plantas
  2. Reino dos seres móveis, animais
Esta classificação durou atá ao século XVII e baseia-se em semelhanças estruturais.
  • Enaima: os de sangue vermelho (vertebrados)
  • Anaima: os sem sangue vermelho (invertebrados)
Lineu, o pai da Sistemática, criava um sistema de classificação para os animais e plantas que se baseava em carateres apresentados pelo organismo. Este tipo de sistema chama-se sistema de classificação racional, e por terem em consideração um pequeno número de caracteristicas, agrupando no mesmo grupo um grande número de seres vivos num número reduzido de grupos - dizem-se classificações articiais.

Lineu dividiu a Natureza em 3 reinos: Animalia, Vegetalia e Mineralia.

Com Darwin, apareceram os sistemas de classificação evolutivos ou filogenéticos. Os seres eram resultados de evolução e apresentavam grau de parentesco mais ou menos próximos.

As classificações pós-Darwinianas passaram a refletir o grau de parentesco entre as espécies e podem representar-se por árvores filogenéticas.

Na classificação filogenética há 2 tipos de características a ter em conta:
  • Características primitivas, ancestrais ou plesiomórficas;
  • Características evoluídas ou derivadas;

Diversidade de critérios
  • Critérios paleontológicos: os fósseis permitem conhecer o ancestral comum, permitem conhecer os grupos de seres vivos e relacioná-los com os atuais. 
  • Critérios morfológicos: é o estudo da forma, que pode ser muito diferente entre seres vivos da mesma espécie e ser semelhante entre seres vivos de espécies diferentes. Quando na mesma espécie há morfologia diferente diz-se que a espécie apresenta polimorfismo. Um outro aspeto a ter em conta nas classificações é a simetria corporal. Esta pode ser bilateral, radial ou assimétrica. 
  • Tipo de nutrição: os seres autotróficos são os que produzem a matéria orgânica a partir de CO2 ou CO, e os seres heterotróficos são consumidores. Quanto à fonte de energia podem ser fototróficos ou quimiotróficos. 
  • Nível de organização estrutural: podem ser procariontes, eucariontes, unicelulares, pluricelulares, entre outros.
  • Critérios etológicos: estudo do comportamento dos animais.
  • Critérios bioquímicos: referências ao DNA mitocondrial e ao RNA ribossómico.
  • Critérios da cariologia: número de cromossomas de cada espécie; cada espécie tem sempre o mesmo número de cromossomas, a não ser que haja mutações. Existem também muitas espécies com o mesmo cariótipo.
  • Critérios da embriologia: comparando a embriologia de diversos vertebrados observa-se uma grande semelhança no padrão de desenvolvimento inicial.

Reflexão: final da unidade 7

Considerei esta unidade uma das mais divertidas e fáceis de aprender do programa de Biologia de 11º ano. Acho interessante ver como os organismos evoluem, e como há muitos anos atrás, quando os conhecimentos da genética eram poucos, as pessoas desenvolviam teorias acerca de mecanismos evolutivos.
A próxima unidade será a última unidade de Biologia de 11º ano e será sobre sistemas de classificação.

Lamarck e Darwin: comparação


Fonte: http://colegiovascodagama.pt/ciencias3c/onze/biologiaunidade7darwin.html 
 

Mecanismos de evolução: Neodarwinismo

Os novos conhecimentos de genética, vieram juntar-se ao Darwinismo e formaram uma nova corrente de pensamento científico, mais abrangente e que explica as leis que regem o processo evolutivo de Darwin, dando resposta a alguns processos, como a transmissão dos caracteres,  que Darwin não conseguiu dar resposta . Esta nova teoria designa-se por neodarwinismo.
O Neodarwinismo diz que é a seleção natural o agente principal da evolução que atua sobre as populações. E esta variabilidade deve-se às mutações e à recombinação génica.
  • Seleção natural: tem como princípio que os descendentes de uma espécie que sobrevivem são mais aptos, são os que herdaram a combinação genética mais favorável à sobrevivência, para um determinado ambiente.

As mutações são uma fonte de variabilidade genética, pois introduzem novos genes, que podem ser favoráveis ou não, no genoma da espécie.

Criticas ao Neodarwinismo:
A grande crítica a esta corrente prende-se pelo facto de existirem lacunas no registo fóssil que divergem da ideia de Darwin que a evolução se dá de forma lenta e gradual. O registo fóssil sugere que há momentos na história de Tera que ocorreu grande diversificação de seres vivos intercalados por momentos mais calmos. Os registos sugerem que a grande diversificação ocorre de seguida a uma extinção em massa. 

Mecanismos de evolução: Darwin

Segundo Darwin:
  • Os seres vivos da mesma espécie apresentam diferenças entre si (variabilidade de características).
  • As populações crescem segundo uma progressão geométrica e os descendentes são em maior número do que os que sobrevivem. 
  • Estabelece-se entre indivíduos de uma mesma população uma "luta pela sobrevivência", devido a vários factores do meio, como seja a competição pelo alimento, pelo refúgio, pelo seu habitat, pela fuga aos predadores, etc. levando à eliminação de um número de indivíduos.
  • Os indivíduos que sobrevivem apresentam mais características favoráveis que lhes confere vantagens relativamente aos outros, que vão sendo eliminados. Ao longo das gerações sobrevivem os mais aptos. 
  • Os mais aptos vivem mais tempo e reproduzem-se mais, transmitindo as suas características aos seus descendentes, havendo uma reprodução diferencial. 
  • A reprodução diferencial permite ao longo do tempo a transformação e o aparecimento de novas espécies.  

Darwin era criador de pombos e através desta sua experiência percebeu que se consegue imensa diversidade na seleção artificial. Fazendo cruzamentos seletivos de forma a obter indivíduos com determinadas características, seria também possível, na natureza ocorrer esta seleção, designada por seleção natural. Este é o verdadeiro conceito que caracteriza a teoria da evolução de Darwin, o conceito de seleção natural.


Críticas à teoria de Darwin:
Embora Darwin afirmasse que havia heterogeneidade entre populações, não as conseguia explicar, nem a forma como havia transmissão das características às gerações seguintes. Ainda não havia um conhecimento da hereditariedade. Uma outra crítica está relacionada com a paleontologia. Darwin considera a existência de uma evolução lenta e gradual, o que contraria o registo fóssil que evidencia alguns momentos de evolução rápida e a falta de fósseis de transição.

Mecanismos de evolução: Lamarck

A primeira teoria explicativa sobre os mecanismos de evolução apareceu em 1809, enunciada por Jean Baptiste Monet (Lamarck).  Os principais naturalistas de então não reconheciam evidências de evolução biológica, em particular Georges Cuvier, que criticou duramente Lamarck, argumentando que o registo fóssil não revelava séries graduais intermediárias de ancestrais e descendentes, e que os organismos são tão harmoniosamente construídos e perfeitamente adaptados que qualquer mudança destruiria a integridade de sua organização (como enuncia o Fixismo).

Segundo Lamarck:
  1. Cada ser vivo ocupava um lugar na escala natural e o Homem estava no topo;
  2. Os organismos complexos tiveram a sua origem em seres simples;
  3. Os seres vivos têm um impulso interior que quando pressionados pelo ambiente lhes permite adaptarem-se ao meio e esta adaptação ditaria o uso e/ou desuso de determinados orgãos;
  4. Os organismos adquirem ou perdem determinadas caractetísticas em resposta às solicitações do ambiente, adaptações essas que serão transmitidas aos descendentes.
Estas alterações provenientes da adaptação são conseguidas e preservadas segundo dois principios fundamentais:
  • Lei do uso e desuso: A necessidade de adaptação ao ambiente faz com que hajam órgãos mais utilizados e por isso são mais desenvolvidos, mais fortes e vigorosos, e outros que deixam de ser utilizados permanentemente, causando o seu enfraquecimento e deterioração, e diminuindo progressivamente a sua capacidade para funcionar, até que finalmente desaparecem.
  • Lei da herança dos caracteres adquiridos: As modificações dos indivíduos produzidas ao longo da vida, resultantes do uso e desuso dos órgãos, são hereditárias e irão originar mudanças nos descendentes, produzindo alterações morfológicas nas populações.   

Críticas ao Lamarckismo: 
As ideias de Lamarck foram muito contestadas e as principais críticas foram que a lei de uso e desuso, embora válida para alguns órgãos, ( os músculos quando não são usados atrofiam) não explicava todas as modificações. O facto de Lamarck considerar que a matéria viva tinha uma predisposição natural para se tornar "melhor", ligando as modificações aos descendentes, lei da transmissão dos caracteres adquiridos, não se confirma.

Argumentos a favor do Evolucionismo

  • Argumentos paleontológicos: constata-se que existam fósseis que correspondem a seres já extintos, o que contraria a imutabilidade dos seres vivos. 
  • Argumentos anatómicos: a anatomia comparada estuda as semelhanças e diferenças morfológicas dos seres vivos. Há orgãos análogos, homólogos e vestigiais. Orgão análogos têm a origem, estrutura e posição relativa diferentes, mas desempenham a mesma função. Sofreram evolução convergente. Os orgãos homólogos são orgãos que têm a mesma origem, estrutura e posição relativa, mas podem desempenhar funções diferentes. Sofreram evolução diveregente. 
  • Argumentos bioquímicos: todos os organismos são constituídos, basicamente, pelo mesmo tipo de biomoléculas. O facto do DNA e RNA serem a base da síntese proteíca, a universalidade do ATP como molécula de energia e a existência de vias metabólicas comuns aos seres vivos são grandes argumentos evolucionistas. Os estudos bioquímicos revelam que quanto maior a proximidade de grau de parentesco, menos são as diferenças numa sequência de aminoácidos numa proteína, o mesmo sucede à sequência de nucleótidos da molécula de DNA.
  • Argumentos biogeográficos: defendem que as espécies tendem a ser mais semelhantes quanto maior é a sua proximidade geográfica. Quanto mais isoladas, maiores as diferenças entre si.
  • Argumentos citológicos: a célula é a unidade estrutural e funcional de todos os seres vivos e com processos metabólicos semelhantes entre si, o que indica uma origem comum. Parte-se da teoria celular que diz que todos os seres vivos são formados por células. 
  • Argumentos embriológicos: o estudo comparado de embriões revela semelhanças nas primeiras etapas do seu desenvolvimento e estruturas comuns em embriões de diferentes grupos.

Mecanismos de evolução

Fixismo: teoria proposta por Platão que diz que os seres vivos atuais mantiveram as mesmas características desde que apareceram, ou seja, são imutáveis. Teorias fixistas: Criacionismo, Geração Espontânea e Catatrofismo.

Evolucionismo: teoria que sugere que os seres vivos modificaram-se ao longo do tempo, admitindo-se que eles se alteram de forma lenta e gradual. Teorias evolucionistas: Lamarckismo, Darwinismo e Neodarwinismo.  Esta teoria apoia-se em argumentos anatómicos, citológicos, paleontológicos e bioquímicos. 

Aristóteles, discípulo de Platão, acreditava que os seres vivos podiam organizar-se numa escala hierárquica do ser mais simples para o mais complexo, em que o Homem estava no topo da hierarquia. Era uma escala em que cada ser ocupava um lugar fixo. Acreditava ainda que os seres vivos eram criados a partir de matéria inanimada. 

Criacionismo: os seres vivos foram criados por ação divina, já descrito no livro de Génesis da Biblia. Como obra divina os seres são perfeitos e estáveis ao longo do tempo. As imperfeições são explicadas pela imperfeição e corrupção do mundo. 

Catatrofismo: Geoge Cuvier enunciou que determinados fenómenos catastróficos, como os diluvios e glaciações, teriam provocado a morte dos seres vivos dos locais afetados e teria de haver um novo povoamento de seres vivos de locais próximos de zonas afetadas. 

Unidade 7 - Unicelularidade e pluricelularidade

Esta secção da unidade 7 baseia-se essencialmente na investigação para saber como apareceram os primeiros seres eucariontes. Existem várias teorias para explicar o aparecimento dos seres eucariontes a partir dos seres procariontes.



  • Modelo Autogenético: Este modelo defende que as células eucarióticas  apareceram a partir de células procariontes, que desenvolveram organelos endomembranares  a partir de invaginações existentes na membrana plasmática que terão sofrido especializações nas suas funções. A semelhança estrutural entre membranas celulares internas e externa é um dos argumentos a favor deste modelo. Quanto a argumentos contra, não esclarece a especialização das membranas invaginadas, nomeadamente as mitocôndrias e cloroplastos, uma vez que estes não têm DNA semelhante ao do núcleo. 

  • Modelo endossimbiótico: modelo proposto por Lynn Margulis, que diz que a célula terá resultado de uma associação entre organismos diferentes em que um deles vive no hospedeiro, e em que os dois organismos beneficiam da associação. Esta associação terá sido tão eficiente que passaram a constituir organismos estáveis. Os seres hospedeiros passaram a ser organelos, tendo o cloroplasto vindo da incorporação de um ser procarionte fotossintético, e as mitocôndrias de procariontes aeróbios e com grande capacidade respiratória. No entanto, este modelo não explica a existência de núcleo e de outros organelos celulares. 

O modelo endossimbiótico é o mais aceite atualmente pela comunidade científica, devido a factos como os cloroplastos possuirem ribossomas com características semelhantes aos procariontes, ainda hoje se verificarem relações endossimbióticas entre seres na natureza, e o DNA, os ribossomas e as estruturas membranares das mitocôndrias e dos cloroplastos são estruturas muito semelhantes às dos seres procariontes. 


A partir do momento em que apareceram os seres vivos pluricelulares, começaram a haver mecanismos de regulação que conduziram à diferenciação celular, a qual permitiu um grande impulso na evolução das espécies (os seres vivos de maiores dimensões passaram a poder sobreviver sem comprometer as trocas com o meio externo).