quarta-feira, 4 de março de 2015

Mecanismos de evolução: Lamarck

A primeira teoria explicativa sobre os mecanismos de evolução apareceu em 1809, enunciada por Jean Baptiste Monet (Lamarck).  Os principais naturalistas de então não reconheciam evidências de evolução biológica, em particular Georges Cuvier, que criticou duramente Lamarck, argumentando que o registo fóssil não revelava séries graduais intermediárias de ancestrais e descendentes, e que os organismos são tão harmoniosamente construídos e perfeitamente adaptados que qualquer mudança destruiria a integridade de sua organização (como enuncia o Fixismo).

Segundo Lamarck:
  1. Cada ser vivo ocupava um lugar na escala natural e o Homem estava no topo;
  2. Os organismos complexos tiveram a sua origem em seres simples;
  3. Os seres vivos têm um impulso interior que quando pressionados pelo ambiente lhes permite adaptarem-se ao meio e esta adaptação ditaria o uso e/ou desuso de determinados orgãos;
  4. Os organismos adquirem ou perdem determinadas caractetísticas em resposta às solicitações do ambiente, adaptações essas que serão transmitidas aos descendentes.
Estas alterações provenientes da adaptação são conseguidas e preservadas segundo dois principios fundamentais:
  • Lei do uso e desuso: A necessidade de adaptação ao ambiente faz com que hajam órgãos mais utilizados e por isso são mais desenvolvidos, mais fortes e vigorosos, e outros que deixam de ser utilizados permanentemente, causando o seu enfraquecimento e deterioração, e diminuindo progressivamente a sua capacidade para funcionar, até que finalmente desaparecem.
  • Lei da herança dos caracteres adquiridos: As modificações dos indivíduos produzidas ao longo da vida, resultantes do uso e desuso dos órgãos, são hereditárias e irão originar mudanças nos descendentes, produzindo alterações morfológicas nas populações.   

Críticas ao Lamarckismo: 
As ideias de Lamarck foram muito contestadas e as principais críticas foram que a lei de uso e desuso, embora válida para alguns órgãos, ( os músculos quando não são usados atrofiam) não explicava todas as modificações. O facto de Lamarck considerar que a matéria viva tinha uma predisposição natural para se tornar "melhor", ligando as modificações aos descendentes, lei da transmissão dos caracteres adquiridos, não se confirma.

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